Título: Shared brain activity for aesthetic and moral judgments: implications for the Beauty-is-Good stereotype (Atividade cerebral compartilhada para julgamentos estéticos e morais: Implicações para o estereótipo do belo-é-bom)
Sugestão de referência: Tsukiura, T., & Cabeza, R. (2011). Shared brain activity for aesthetic and moral judgments: implications for the Beauty-is-Good stereotype. Social cognitive and affective neuroscience, 6(1), 138-148.
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RESENHA
O estereótipo do “belo é bom” se refere à suposição de que pessoas mais atraentes, ou seja, mais bonitas, teriam também personalidades mais socialmente desejáveis e seriam, por exemplo, mais bondosas e mais eficientes. Esse é um viés da cognição humana, uma tendência inata nossa a deixar que a nossa avaliação estética influencie na avaliação moral. Sendo assim, embora não seja confortável admitir, o que os cientistas do comportamento vêm demonstrando é que somos sim inconscientemente seduzidos pela beleza a ponto de derivar outras qualidades positivas quando julgamos uma pessoa como bonita.
O estudo de Tsukiura e Cabeza (2011) investigou as áreas cerebrais envolvidas no julgamento estético e no julgamento moral. Trata-se de um estudo experimental, no qual os autores observaram o cérebro de 22 mulheres através do equipamento de ressonância magnética funcional (RMf) enquanto elas avaliavam fotos de homens (julgamento estético) e afirmações morais (julgamento moral). O objetivo foi entender qual área cerebral era ativada em determinado tipo de julgamento, moral ou estético. Por pesquisas prévias os autores sabem que majoritariamente duas áreas cerebrais estão envolvidas nesses processos de julgamento moral e estético, o córtex orbitofrontal e o córtex insular, e que provavelmente ambas se sobrepõem, assim, essas foram as áreas de investigação.
Os autores concluíram que o córtex orbitofrontal responde a estímulos positivos, tanto estéticos quanto morais, em contrapartida o córtex insular responde a estímulos desse tipo, porém negativos. Dessa forma os pesquisadores auxiliam a elucidar o papel de diversas áreas cerebrais no processamento implícito de informações, do tipo, “bonito x feio”, “atrente x aversivo”. De modo que é possível que as demais áreas de conhecimento se utilizem dessas evidências para tomada de decisão estratégica nos seus negócios, por exemplo.
Levando em conta evidências de que áreas cerebrais respondem à beleza generalizando a partir dela outras características, não é à toa que o investimento em belos projetos de arquitetura e design podem ser tão vantajosos para os negócios daqueles que levam em consideração a importância da beleza.
Palavras-chave: RMf, julgamento moral, córtex orbitofrontal, ínsula.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em maio de 2021, os aspectos priorizados fazem parte de uma curadoria científica, porém as escolhas dos pontos ressaltados são inerentemente subjetivas, de forma que para a devida apreciação e compreensão se sugere a leitura do material original na íntegra.
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