Título: Uma revisão dos efeitos dos estímulos arquitetônicos na psicologia e fisiologia humana.
Sugestão de referência:
Disponível: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0360132322004188?casa_token=WgdWodEPNcoAAAAA:JRd25X6dilt49a-h43XV3hdnFSrv0gs2G5uLBdGbbXthxo5SH6hMakAELDegNLqaOlN6VsYZUw
RESENHA
Este estudo se trata de uma revisão não sistemática da literatura e compreendeu artigos publicados entre os anos de 2017 a 2021. Os autores pretendem, através desta revisão, apontar quais elementos da arquitetura, de fato, têm impacto psicológico e fisiológico, comprovado por meio de estudos empiricamente sustentados, ou seja, aqueles com menor chance de apresentarem vieses.
Os autores argumentam que é necessário apontar estímulos arquitetônicos para os quais as respostas são biologicamente arraigadas para garantir a sua aplicabilidade. Dessa forma então poder afirmar com certa segurança que determinados aspectos empregados em um espaço tem sim um determinado impacto sobre os seus ocupantes ou observadores. Os pesquisadores reiteram a necessidade de apontar estímulos que não dependam da cultura e nem da experiência pessoal, ou seja, que impactam diferentes pessoas da mesma forma, diminuindo assim o grau de subjetividade.
Dessa forma, após levantar e compilar informações de estudos já publicados os pesquisadores observam que o impacto do ambiente construído na psicologia e fisiologia humana são extensos e robustos em certas áreas e mais modestos em outras. Ainda nesse sentido, características como luz, cor, complexidade, biofilia, aromas, sons e algumas formas geométricas influenciam o comportamento humano, saúde, felicidade e funções fisiológicas de inúmeras maneiras. Entretanto, é apontado que outros aspectos como a pareidolia, a proporção área dentre outros podem impactar de formas mais sutis ou ainda não tão estabelecidas empiricamente.
Por fim, é argumentado que embora haja uma explicação muitas vezes biológica ou evolutiva isso pode não se traduzir em evidências claras, e, dessa forma, é importante ter clareza de quais aspectos são empiricamente validados. No estudo também é organizada a experiência ser humano/ambiente construído em 3 categorias, a saber: categoria sensório-motora: sentidos (olfato, audição, visão e motora: aproximação e evitação), categoria de significado do conhecimento na qual a resposta depende de questões culturais, sociais e experiência pessoal. E, finalmente, a categoria de valoração emocional na qual resposta emocional a um estímulo que é mediada por circuitos de recompensa cerebral. Nesse sentido é importante observar o grau de subjetividade – ou não – existente em uma determinada categoria e compreender a dificuldade em generalizar a mesma.
Palavras-chave: arquitetura, ambiente, espaço construído, psicologia, fisiologia, cérebro, comportamento.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2023.
Graduada em Psicologia.
Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.