Título: Uma comparação entre aparência de cores em superfície em ambientes externos e internos.
Sugestão de referência: Ou, L. C., & Liang, Y. C. (2020). A comparison of colour appearance for surface colours between outdoor and indoor environments. Color Research & Application, 45(2), 235-245.
Disponível: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/col.22459
RESENHA
Há uma necessidade crescente de especificar a aparência da cor de objetos em ambientes externos. Isto é particularmente essencial para a arquitetura design, sobretudo nas questões de planejamento urbano. No entanto, a maior parte dos modelos de cor existentes foram desenvolvidos em ambientes fechados, sendo que a iluminação interna e externa diferem de forma importante. Assim, devido a essa diferença tão grande de iluminação entre ambientes internos e externos, não está claro se a aparência da cor existente nos modelos existentes também se aplicam ao ambiente ao ar livre.
Nesse sentido, experimentos psicofísicos podem ser utilizados para avaliar a percepção humana diante de uma série de estímulos. No caso do presente estudo, os autores utilizaram esse tipo de metodologia para avaliar diferentes cores através de três parâmetros (i.e. aparência, matiz e leveza). Esse experimento foi conduzido em ambientes fechados, internos, bem como em ambientes externos para que fosse possível observar discrepâncias e estabelecer comparações objetivas entre a aparência das cores em ambientes fechados e abertos bem como com relação a modelos já estabelecidos.
Para a realização do estudo, 10 sujeitos observadores participaram da pesquisa realizada ao ar livre enquanto 13 pessoas participaram da condição de ambiente fechado. Foram incluídas 42 combinações de cores selecionadas a partir do Sistema de Cores Coordenadas Práticas para obter um real distribuição uniforme de amostras no CIECAM02 que é um modelo já estabelecido sobre a aparência das cores e utilizado em sistemas de gerenciamento dessa variável.
Os resultados dos experimentos apontaram que tanto para ambientes internos quanto externos houve boa concordância entre os dados visuais, ou seja, aqueles obtidos através da observação humana e os valores previstos pelo modelo utilizado como parâmetro, o CIECAM02. Dessa forma, sugerindo pouca diferença na aparência de cor, em termos de luminosidade, colorido e matiz, entre as condições internas e externas. Os coeficientes de variação utilizados para comparar a aparência das cores foram todos menos do que 25, demonstrando pouca diferença nas três dimensões de aparência da cor que foram avaliadas. Os dados experimentais também sugerem que os observadores foram mais sensíveis à variação de luminosidade para cores acinzentadas do que para cores altamente saturadas. Todavia os autores concluem que é necessária uma análise mais aprofundada para investigar com mais detalhes a relação entre o estímulo de cor e como esse pode influenciar a aparência da cor no ambiente externo.
Esse artigo se faz relevante pela sua proposta de comparar a avaliação das cores por juízes, sujeitos convidados para a pesquisa que compararam cores em ambientes fechados e em ambientes abertos com relação aos modelos “prontos” para essa finalidade. Concluindo então que os índices de concordância entre os juízes e os modelos já estabelecidos são bons, portanto os modelos podem ser considerados satisfatórios.
Palavras-chave: cor, ambientes externos, ambientes internos, superfície.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2022.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em outubro de 2022, ele pretende ressaltar apenas pontos gerais do estudo realizado bem como suas principais conclusões. Para informações mais específicas sugere-se a leitura do estudo na íntegra.
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