ARTIGOS CIÊNTÍFICOS

Síndrome do edifício doente: estamos fazendo o suficiente?

Título: Síndrome do edifício doente: estamos fazendo o suficiente?(Sick building syndrome: are we doing enough?)

Sugestão de referência: Ghaffarianhoseini, A., AlWaer, H., Omrany, H., Ghaffarianhoseini, A., Alalouch, C., Clements-Croome, D., & Tookey, J. (2018). Sick building syndrome: are we doing enough?. Architectural Science Review, 61(3), 99-121.

Disponível: https://www.researchgate.net/profile/Hossein-Omrany/publication/324912240_Sick_building_syndrome_are_we_doing_enough/links/5b035d190f7e9be94bdac694/Sick-building-syndrome-are-we-doing-enough.pdf

RESENHA

A síndrome do edifício doente (SED) (em inglês Sick building syndrome – SBS) se trata de um conjunto de fatores que podem afetar negativamente a saúde física em várias formas. Além da saúde física também está relacionada ao bem-estar psicológico, pois o corpo humano é um sistema biológico interativo. Assim, o presente estudo se propõe a fazer uma revisão de literatura acerca das diferentes formas de conceitualizar a SED, bem como suas possíveis causas e possibilidades de soluções para minimizar esse problema.

No que tange à descrição da SED, essa, foi inicialmente desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1983. Na definição apresentada pela OMS, a SED foi definida como “uma coleção de sintomas inespecíficos, incluindo olhos, nariz e garganta irritação, fadiga mental, dores de cabeça, náuseas, tonturas e pele irritações, que parecem estar relacionadas com a ocupação de certas locais de trabalho” (OMS 1983). Noutra definição apresentada por outros autores, a SED foi definido como “um grupo de sintomas não específicos com uma conexão temporal a um determinado edifício, mas sem causa específica ou óbvia”. Já Imai e Imai (2011) dizem que os sintomas da SED estão relacionados aos ambientes, com uma foco na exposição química e mofo, onde sintomas da mucosa e sintomas gerais, como cefaleia, dispneia, perda de consciência e distúrbios começam a aparecer logo após as pessoas terem contato regular com um ambiente.

A SED atraiu a atenção mundial do público e de comunidades de pesquisa, principalmente por causa do aumento de casos de super aquecimento, ventilação inadequada e má qualidade do ar interior em alguns espaços além da crescente conscientização global sobre o papel dos edifícios no meio ambiente na saúde humana.

Assim, os autores apontam para os principais fatores que contribuem para o aparecimento da SED nos edifícios, como, por exemplo aspectos físicos:

– Temperatura: Desvio do limiar de conforto térmico para o ambiente interno dos edifícios pode resultar na ocorrência de SED;

– Umidade: O mecanismo pelo qual o calor afeta a comportamento é basicamente dependente de interações de uma série de variáveis como temperatura, radiação, vento e umidade, embora muitas vezes seja compreendido apenas como temperatura;

– Ventilação: os padrões e diretrizes de ventilação atuais recomendam uma taxa mínima de ventilação de por pessoa para extrair os bioefluentes (odores). A má ventilação pode desencadear o surgimento de sintomas da SED, como a redução da taxa de produtividade, irritação do nariz e garganta, dores de cabeça, fadiga, asma, rinite e maior suscetibilidade a resfriados e gripe.

– Nível de iluminação: a má qualidade da luz pode influenciar diretamente a saúde humana, afetando a comunicação visual dos ocupantes.

– Ruído: o ruído é uma fonte abrangente e influente de estresse com grandes potenciais para distrair os ocupantes envolvidos em empreendimentos em um determinado desempenho.

– Qualidade do ar: a qualidade do ar interior pode ser afetada por fatores, como a seleção inadequada de materiais ou sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado.

No que tange aos aspectos biológicos, os autores ressaltam que o desenvolvimento de bolores, fungos e ácaros no interior dos edifícios põem em risco o bem-estar e o estado de saúde dos ocupantes. Várias contribuições podem ser mencionadas com a associação de crescimento de microrganismos dentro dos edifícios: a próṕria estrutura do mesmo, má ventilação do ar ou manutenção inadequada do edifício. Acerca dos aspectos químicos é destacado que certas substâncias químicas e poeira poderiam levar ao desenvolvimento de SED.

Por fim, no que tange aos aspectos psicossociais, a revisão dos autores apontou que a SED pode representar séria ameaças ao status psicossocial dos ocupantes, submetendo-os a ansiedade, depressão, desconforto ambiental, tensão no trabalho e reduzindo o desempenho dos ocupantes. Um dos fatores psicossociais que mais impactam no aparecimento da SED é um ambiente de trabalho monótono. Trabalho monótono refere-se ao estado em que os colaboradores são obrigados a constantemente repetir atividades ou tarefas.

Após elencar e comentar os fatores que favorecem o aparecimento da SED, os autores apontam possíveis soluções como: melhorias dos sistemas de ventilação tem sido uma estratégia chave, estas medidas podem ser ainda complementadas pela aplicação de limpeza frequente e melhoria do estado de higiene. A redução de mofo/umidade, controle de emissões de poluição do ar e melhoria da ventilação do edifício por meio de janelas de abertura constante e uso de exaustor no banheiro pode ser eficaz para lidar com os sintomas da SED. Diversos estudos revisados pelos autores também apontam a questão da Biofilia e a presença “do verde” nos edifícios como um fator de proteção e ajuda na diminuição da incidência de SED. Além da biofilia, a presença de cores diferenciadas nos ambientes parece ter um impacto interessante em variáveis fisiológicas e também psicológicas, sendo, dessa forma, uma estratégia interessante também para a diminuição de presença de SED.

Ao final do artigo os autores disponibilizam uma tabela na qual esquematizam as estratégias de melhoria dos edifícios, como as supracitadas, pensando, dessa forma, na melhoria do bem-estar daqueles que os ocupam, bem como na diminuição da síndrome do edifício doente.

Palavras-chave: Ghaffarianhoseini, A., AlWaer, H., Omrany, H., Ghaffarianhoseini, A., Alalouch, C., Clements-Croome, D., & Tookey, J. (2018). Sick building syndrome: are we doing enough?. Architectural Science Review, 61(3), 99-121.

Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.

  • Graduada em Psicologia.
  • Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
  • Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.

 

Observações importantes:

  1. Esse texto foi apreciado em agosto de 2022, ele pretende ressaltar apenas pontos gerais do estudo realizado bem como suas principais conclusões. Para informações mais específicas sugere-se a leitura do estudo na íntegra.
  2. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998 pertencem exclusivamente à NEUROARQ® Academy. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste texto, através de quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela internet e outros), sem prévia autorização por escrito.

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