Título: Work Week Productivity, Visual Complexity, and Individual Environmental Sensitivity in Three Offices of Different Color Interiors (Produtividade, Complexidade Visual e Sensibilidade Individual em Três Escritórios com Cores Diferentes)
Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/col.20298
RESENHA
Esse relato de pesquisa faz parte de série de quatro artigos que objetivou estudar em larga escala o efeito sobre algumas variáveis, produtividade, por exemplo, de três escritórios com cores predominantes diferentes. Um deles branco, outro predominantemente vermelho e o último predominantemente azul e verde. Avaliando, dessa forma, o impacto das cores sobre a produtividade. Além disso, os pesquisadores também estudaram a sensibilidade individual a estímulos ambientais e a capacidade de responder a esses estímulos, sendo essas variáveis que podem corregular o impacto do ambiente na produtividade dos trabalhadores.
Para realizar essa avaliação os autores recrutaram os participantes e os mesmos passaram por algumas avaliações iniciais que incluíram testagem psicológica de avaliação da personalidade e de atitudes e comportamentos, teste de capacidade de discriminação de estímulos e teste de daltonismo. Essa testagem inicial contribuiu para que algumas situações extremas, ou, por exemplo, indivíduos daltônicos tenham sido excluídos da amostra, uma vez que nessa abordagem experimental a percepção das cores é um fator crucial. Feita essa triagem inicial, por sorteio, os participantes foram designados a um dos três diferentes grupos sendo que cada grupo foi alocado a um dos escritórios com diferentes cores predominantes. Aclimatados nesses ambientes os sujeitos da pesquisa desenvolveram tarefas de um escritório padrão, com diferentes níveis de dificuldade e tempo de execução, por quatro dias consecutivos.
Os principais resultados apontam que a influência da cor do interior do escritório na produtividade dos sujeitos foi dependente da capacidade individual dos participantes de discriminar estímulos, ou seja, do quanto cada pessoa tem sua atenção capturada por estímulos, elementos visuais presentes no ambiente. Cabe lembrar que essa informação sobre se o sujeito era um “alto discriminador” ou “baixo discriminador” foi obtida na fase de triagem quando as testagens para sensibilidade a estímulos foram realizadas. Dessa forma essa informação foi cruzada com a performance nas tarefas apresentadas, então os pesquisadores puderam relacionar o quanto um sujeito era capaz de discriminar os estímulos no ambiente, relacionar com seu desempenho nas tarefas solicitadas, e, ainda, relacionar com a cor do ambiente no qual ele estava.
Assim, o impacto da cor do escritório no desempenho dos colaboradores depende muito mais de características individuais do que da cor do ambiente em si. Os autores também sugerem que, no futuro, outras variáveis mais adequadas à realidade atual possam ser estudadas, ou seja, ao invés de utilizar tarefas de um escritório padrão, que sejam realizados estudos avaliando a capacidade de resolução de problemas e a criatividade em ambientes com diferentes cores e com diferentes estímulos visuais.
Palavras-chave: cores, design, escritório, produtividade, estímulos visuais, sensibilidade.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em maio de 2021, os aspectos priorizados fazem parte de uma curadoria científica, porém as escolhas dos pontos ressaltados são inerentemente subjetivas, de forma que para a devida apreciação e compreensão se sugere a leitura do material original na íntegra.
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