Título: Os observadores gostam de curvatura ou não gostam de angularidade?
Sugestão de referência: Bertamini, M., Palumbo, L., Gheorghes, T. N., & Galatsidas, M. (2016). Do observers like curvature or do they dislike angularity?. British Journal of Psychology, 107(1), 154-178.
Disponível: https://bpspsychub.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/bjop.12132
RESENHA
Os pesquisadores já concluíram que humanos têm preferência por formas curvas em vez de angulares, um efeito observado também por artistas ao longo dos anos. Entretanto, ainda existem muitas questões a serem respondidas sobre esse aspecto, por exemplo: será que as pessoas preferem curvas suaves ou então na verdade não gostam de ângulos? ou será que ambas as duas coisas?
Em função dessas dúvidas os pesquisadores autores desse estudo pretenderam responder a algumas dessas questões através de 4 experimentos. Nestes foram utilizadas formas abstratas que diferem em tipo de contorno (no caso angular x curvo) e em complexidade.
No primeiro experimento conduzido foi confirmada uma preferência por curvatura, mas isso não foi ligado à complexidade dessa forma. Já no segundo experimento foi avaliado se esse efeito de preferência por determinada forma foi modulado pela distância, pois, se formas angulares estiverem associadas a uma ameaça o efeito pode ser mais forte quando o estímulo estiver mais próximo. Essa hipótese não foi confirmada pelo segundo experimento conduzido pelos autores.
No terceiro experimento foi testado se a preferência por curvas ocorre quando linhas curvas são comparadas a linhas retas sem ângulos. Neste, um conjunto de linhas coloridas – angulares, curvas ou retas – foram observadas através de uma abertura que poderia ser circular ou quadrada. Nesse caso, foi observado que as linhas curvas foram mais apreciadas do que as linhas angulares ou retas, assim, foi possível concluir que os ângulos não são necessários para gerar uma preferência pelas formas curvas.
Por fim, o experimento 4 usou uma medida implícita de preferência para mensurar o comportamento de aproximação/evitação. Nesse caso, os resultados não confirmaram uma padrão de evitação para angularidade, mas apenas um padrão de aproximação para curvatura. Dessa forma, os autores sugerem que a hipótese de associar ameaça às formas mais angulares e pontiagudas não pode explicar completamente o efeito de preferência pela curvatura e que as formas curvas são, na verdade, preferenciais por si só.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2023.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Este texto tem por objetivo ser um resumo no qual apenas pontos principais ou gerais do estudo são apontados. Sugere-se, portanto, a leitura do arquivo original para uma melhor compreensão do assunto, caso este seja de interesse do leitor.
- Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998 pertencem exclusivamente à NEUROARQ® Academy. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste texto, através de quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela internet e outros), sem prévia autorização por escrito.