Título: The brain on art: intense aesthetic experience activates the default mode network (O cérebro da arte: experiência estética intensa ativa a rede de modo padrão)
Sugestão de referência: Vessel, E. A., Starr, G. G., & Rubin, N. (2012). The brain on art: intense aesthetic experience activates the default mode network. Frontiers in human neuroscience, 6, 66.
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RESENHA
A resposta estética ao estímulo visual provocado por uma obra de arte elicia uma multiplicidade de experiências, desde sensações até a percepção emocional e a autorreflexão. No entanto a experiência estética causada pela arte é altamente individual, o que pode ser observado pela variabilidade de respostas frente à mesma obra de arte.
Os autores desse estudo pretenderam observar as respostas de indivíduos diante da observação de obras de arte, com vistas a identificar padrões de ativação de vias neurais, e, dessa forma, elucidando um pouco mais a questão da apreciação estética da arte do ponto de vista neurocientífico.
Para tanto 16 estudantes universitários foram convidados a participar do estudo no qual 109 imagens de obras de arte eram projetadas numa tela enquanto os sujeitos da pesquisa estavam no scanner de ressonância magnética funcional. Eles foram orientados a avaliar a pintura no sentido de responder a uma escala que pontuava o quanto aquela obra de arte havia provocado sensações como comoção, a quanto determinada obra “os moveu”, do ponto de vista emocional. Para evitar a questão do reconhecimento foram utilizadas obras menos comuns, essas obras estavam dentro de uma das categorias a seguir: figuras femininas, figuras masculinas, grupos, cenários de vida, paisagens e pinturas abstratas.
Observando os resultados os autores ressaltam que os julgamentos estéticos frente à observação das pinturas é altamente individual. No experimento realizado nesse estudo foi observado grande variação na avaliação das pinturas.
Ou seja, enquanto uma pessoa considerou uma determinada pintura muito bonita, outra pode ter considerado feia, e assim por diante. Em contrapartida, quando foi analisada a ativação neuronal, foi observado áreas comuns de ativação entre os indivíduos. Observou a ativação dos nós centrais da rede de modo padrão (default mode network) que medeia intensamente a natureza subjetiva e pessoal das experiências estéticas, junto com regiões que refletem a variedade de estados emocionais (ambos positivo e negativo) que pode ser experimentado nos julgamentos estéticos.
Por fim os autores concluem que a experiência estética envolve uma integração de vias cerebrais distintas que respondem às questões sensoriais e outras as questões emocionais, essas se unem em cada indivíduo dando uma conotação de relevância pessoal à experiência estética.
Palavras-chave: estética, preferência, ressonância magnética funcional, rede de modo padrão.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em julho de 2021, os aspectos priorizados fazem parte de uma curadoria científica, porém as escolhas dos pontos ressaltados são inerentemente subjetivas, de forma que para a devida apreciação e compreensão se sugere a leitura do material original na íntegra.
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