Título: “Emitir luz sobre luz”: uma revisão sobre os efeitos na saúde mental da exposição à radiação óptica.
Sugestão de citação: Bertani, D. E., De Novellis, A. M. P., Farina, R., Latella, E., Meloni, M., Scala, C., … & Ferrari, S. (2021). “Shedding light on light”: a review on the effects on mental health of exposure to optical radiation. International journal of environmental research and public health, 18(4), 1670.
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RESENHA:
Em relação à saúde e ao funcionamento humano, a luz, ou mais especificamente a radiação óptica desempenha muitos papéis, além de permitir a visão. Estes papéis podem ser resumidos em: regulação do ciclo circadiano, consequências da exposição direta à pele e efeitos indiretos sobre o bem-estar e o funcionamento humano, bem como questões relacionadas ao estilo de vida e contato com ambientes naturais e urbanos.
Além dos supracitados, o impacto sobre a saúde mental é relevante e suporta um uso clínico desse conhecimento para o tratamento de condições psiquiátricas, como depressão ou ansiedade, transtorno de sintomas somáticos, e outros, a saber: a terapia de luz. Assim, o objetivo dos autores foi realizar uma revisão narrativa para fornecer um resumo das recentes descobertas e evidências sobre as funções reguladoras da luz sobre os seres humanos com enfoque específico na saúde mental, sua prevenção e cuidados.
Abaixo são abordados os pontos principais da revisão:
Após realizarem uma breve introdução os autores revisam o efeito da luz sobre o ritmo circadiano, bem como sobre o sistema endócrino, depois pormenoriza o efeito da exposição à luz direta sobre a pele na saúde geral. Nesse sentido são apontados os efeitos da luz na síntese de Vitamina D e toda sua cascata de efeitos, o impacto da luz na questão dos neurotransmissores cerebrais (e.g. acetilcolina e dopamina) também são detalhados, uma vez que esse efeito terá uma consequência direta no humor dos indivíduos. Assim, o próximo tópico abordado no artigo é o efeito da luz no bem estar, no funcionamento e na saúde mental dos seres humanos.
Nesse sentido, os autores destacam que níveis de iluminação, por exemplo, a quantidade de luz do dia que atravessa janelas ou varandas de acordo com suas dimensões, bem como a proximidade com outros edifícios, impactam massivamente no bem-estar psicológico, uma vez que podem diminuir a quantidade de luz natural nos ambientes. Pesquisas têm apontado que indivíduos cronicamente expostos a horas mais curtas de luz do dia em ambientes construídos tendem a sofrer mais de tristeza, fadiga e depressão clínica. Em contrapartida, pacientes hospitalizados por depressão grave se recuperam mais rapidamente em salas ensolaradas versus mal iluminadas.
Os pesquisadores também lembram que a atividade ao ar livre é conhecida por seus potenciais benefícios para a saúde mental e para o bem estar subjetivo, no entanto ainda não é totalmente compreendido pela ciência quais são as contribuições específicas de cada contexto.
Os autores concluem apontando que a evidência atualmente disponível deriva de estudos metodologicamente heterogêneos com tamanhos de amostra relativamente pequenos, o que inviabiliza generalizações. Sinalizam que novos estudos clínicos de maior qualidade e com tamanhos de amostra maiores são necessários.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2023.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Este texto tem por objetivo ser um resumo no qual apenas pontos principais ou gerais do estudo são apontados. Sugere-se, portanto, a leitura do arquivo original para uma melhor compreensão do assunto, caso este seja de interesse do leitor.
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