Título: Efeitos de temperatura física no comportamento de confiança: o papel da insulina.
Sugestão de referência: Kang, Y., Williams, L. E., Clark, M. S., Gray, J. R., & Bargh, J. A. (2011). Physical temperature effects on trust behavior: The role of insula. Social cognitive and affective neuroscience, 6(4), 507-515.
Disponível: https://academic.oup.com/scan/article/6/4/507/1650376?login=false
RESENHA
Neste estudo os cientistas investigam, através de dois estudos, como a temperatura de um ambiente pode influenciar o comportamento de confiança, sendo esse um fator fundamental no processo de tomada de decisão interpessoal. Além disso, os autores investigam a área do cérebro chamada ínsula como um possível substrato neural para esse processo.
Num dos experimentos, os participantes foram convidados a tocar brevemente em um pacote frio ou quente (dependendo do grupo) e, em seguida, foram jogar um jogo que envolvia um aspecto de confiança econômica.
Os resultados apontaram que aqueles que tocaram brevemente o pacote frio confiaram menos em um parceiro anônimo, revelando menor confiança interpessoal, em comparação com aqueles que tocaram em um pacote quente. No estudo 2, a atividade cerebral foi mensurada usando a ressonância magnética funcional, essa técnica demonstrou que a região anterior da ínsula esquerda ativou de forma mais evidente quando os participantes tocaram o pacote frio antes do jogo de confiança do que quando o pacote quente foi tocado. Assim, foi possível demonstrar maior ativação dessa área cerebral quando o acesso à temperatura fria precedeu o jogo de confiança.
Uma compreensão mais profunda dos mecanismos pelos quais as temperaturas influenciam comportamentos de confiança, dentre outros, podem auxiliar tanto as ciências cognitivas como outras áreas do conhecimento que levam em consideração variáveis ambientais nos seus processos e negócios. Assim, os autores apontam que o estudo representa um passo importante para elucidar melhor o mecanismo pelos quais pistas ambientais físicas podem influenciar julgamentos e decisões das pessoas, examinando também os substratos neurais e as consequências psicológicas da exposição ao frio versus quente.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2022.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Este texto tem por objetivo ser um resumo no qual apenas pontos principais ou gerais do estudo são apontados. Sugere-se, portanto, a leitura do arquivo original para uma melhor compreensão do assunto, caso este seja de interesse do leitor.
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