Titulo: Arquitetura, biometria e triangulação de ambientes virtuais: uma revisão de pesquisa
Sugestão de referência: Mostafavi, A. (2022). Architecture, biometrics, and virtual environments triangulation: a research review. Architectural Science Review, 65(6), 504-521.
Disponível: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00038628.2021.2008300
RESENHA
Segundo Pallasma, 2014, a experiência arquitetônica é essencialmente simultânea e multisensorial. Os seres humanos percebem a arquitetura através da sua sensibilidade, ou seja, de suas emoções. Todavia, os autores apontam que as qualidades, características do ambiente construído ainda não foram analisadas e observadas em detalhes pelo campo da arquitetura e do design utilizando ferramentas que oferecem um feedback biométrico. Dessa forma, é possível observar uma lacuna clara no que se sabe acerca da relação entre ambiente construído e comportamento humano. Diante disso, os pesquisadores argumentam que a avaliação do projeto, nas fases de pré e pós ocupação requerem mais investigações sob o viés neuropsicológico, ou seja, com base em estudos que tenham utilizado metodologias como eletroencefalografia, eletromiografia facial e rastreamento ocular, eletrocardiograma e análise da resposta de condutância da pele.
Em termos metodológicos, os autores pretendem, através da revisão sistemática da literatura, triangular três tópicos: arquitetura e design, monitoramento biométrico e ambientes virtuais. Além disso, se propõe a realizar uma análise de lacunas para identificar áreas que podem render futuras pesquisas. O resultado desta comparação indica que, atualmente, não há metodologia disponível para avaliar o design em relação ao ser humano, suas percepções e emoções relacionadas aos espaços construídos. Recentemente, uma ampla gama de resultados demonstra que os estudos de neuroarquitetura não superaram a lacuna entre arquitetura, neurociência e psicologia.
Por fim, os autores ressaltam que é essencial perceber que os dados biométricos fornecem mais medições objetivas no que tange às respostas humanas. Esses dados podem ser usados em fase de análise de pós ocupação no sentido de complementar as avaliações tradicionais (sendo a maioria baseada em autorrelato) os dados podem também otimizar resultados, sendo, assim, significativamente mais baratos do que construir novos projetos em função de avaliações menos robustas.
Observação: este texto tem por objetivo ser um resumo no qual apenas pontos principais ou gerais do estudo são apontados. Sugere-se, portanto, a leitura do arquivo original para uma melhor compreensão do assunto, caso este seja de interesse do leitor.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2023.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em outubro de 2022, ele pretende ressaltar apenas pontos gerais do estudo realizado bem como suas principais conclusões. Para informações mais específicas sugere-se a leitura do estudo na íntegra.
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