Título: A associação entre o espaço verde residencial na infância e o desenvolvimento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: um estudo de coorte de base populacional (The Association between Residential Green Space in Childhood and Development of Attention Deficit Hyperactivity Disorder: A Population-Based Cohort Study)
Sugestão de referência: Thygesen, M., Engemann, K., Holst, G. J., Hansen, B., Geels, C., Brandt, J., … & Dalsgaard, S. (2020). The association between residential green space in childhood and development of attention deficit hyperactivity disorder: a population-based cohort study. Environmental health perspectives, 128(12), 127011.
Disponível: https://ehp.niehs.nih.gov/doi/full/10.1289/EHP6729
RESENHA
Parece que o acesso a espaços verdes tem impacto benéfico no bem-estar mental e no desenvolvimento cognitivo das crianças. Os mecanismos subjacentes dos benefícios de saúde mental do espaço verde não são totalmente compreendidos, mas diferentes caminhos têm sido sugeridos, como as capacidades psicologicamente restauradoras do espaço verde, a capacidade de facilitar a atividade física e a coesão social e a mitigação da exposição à poluição do ar. Diante disso o objetivo dos autores desse estudo de foi investigar associações entre espaços verdes residenciais na primeira infância e um diagnóstico clínico do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Para que fosse possível investigar essa associação os autores incluíram em seu estudo indivíduos nascidos na Dinamarca entre 1992 e 2007. Participaram do estudo uma amostra expressiva de 814 pessoas e que foram avaliadas para TDAH a partir dos seus 5 anos, entre 1997 até 2016. No que tange à mensuração do espaço verde a que esses sujeitos tiveram acesso os cientistas avaliaram tal medida através do índice de vegetação de diferença normalizada (NDVI) como uma medida de “quantidade de verde” que circunda cada endereço residencial em uma área quadrática de 210 m × 210 m em que a residência estava localizada. Outras medidas semelhantes a essas também foram aplicadas com vistas a ter dados fidedignos acerca do contato de cada sujeito com espaços verdes.
Depois de realizadas as análises foi possível concluir que indivíduos que vivem em áreas definidas por vegetação verde esparsa (menor decil do NDVI) tiveram um risco aumentado de desenvolver TDAH, quando comparado com indivíduos que vivem em áreas dentro do decil mais alto do NDVI. Dessa forma os achados sugerem que níveis mais baixos de espaço verde no entorno residencial, durante a primeira infância, podem estar associados a um maior risco de desenvolver TDAH.
Palavras-chave: Biofilia, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, espaços verdes, ambiente construído.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em abril de 2022, ele pretende ressaltar apenas pontos gerais do estudo realizado bem como suas principais conclusões. Para informações mais específicas sugere-se a leitura do estudo na íntegra.
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