Título: Discurso Irrelevante e Iluminação Interna: Efeitos sobre o Desempenho Cognitivo e Afeto Auto-relatado.
Sugestão de referência: Knez, I., & Hygge, S. (2002). Irrelevant speech and indoor lighting: effects on cognitive performance and self‐reported affect. Applied Cognitive Psychology: The Official Journal of the Society for Applied Research in Memory and Cognition, 16(6), 709-718.
RESENHA
O presente estudo teve por objetivo examinar o impacto de configurações de iluminação (e.g. quente e fria) e de ruídos ambientais de conversação sobre a performance cognitiva. Essa avaliação foi realizada em ambientes com validade ecológica para pesquisa, ou seja, os estudos não foram conduzidos em ambientes de laboratório, mas sim em escolas e escritórios. O impacto na performance cognitiva foi avaliado através de testes de memória (de curta e de longa duração, bem como de reconhecimento), atenção e de resolução de problemas.
Dessa forma, o estudo visa abordar a falta de dados sobre o impacto combinado de ruído e luz em seres humanos em pesquisa e para complementar as descobertas de efeitos sonoros irrelevantes em estudos de memória. Alguns estudos prévios não demonstraram interações entre ruído e luz, mas houve efeitos principais de ruído e luz na memória de longo prazo e de ruído em pesquisas de autorrelato.
Os resultados apontaram que a luz branca e fria quando comparada a iluminação branca porém quente prejudicou a recuperação da memória de longo prazo na tarefa de recordar um texto lido. A memorização desse texto também foi prejudicada pelo ruído de conversação (discurso irrelevante) presente no ambiente.
O efeito de ruído obtido sugere que o significado em som irrelevante foi processado, em certa medida, semanticamente pelos sujeitos, o que interrompeu seu desempenho em um tarefa cognitiva que também envolveu o processamento de significado.
A descoberta de que a luz branca quente em comparação com a luz branca fria melhorou a memória de longo prazo está, em certa medida, de acordo com as recentes observações que a iluminação branca fria pode ser mais perturbadora do que a iluminação branca quente em resolução de problemas e recordação. Uma questão para futuras pesquisas de iluminação é explorar quais mecanismos são responsáveis por esse padrão de achados. Em outras palavras, se o efeito da iluminação interna na cognição é direto ou mediado pelo afeto, e se os mecanismos biológicos podem estar subjacentes à influência da luz sobre processos psicológicos.
Palavras-chave: iluminação, cognição, ruído, performance.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2022.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em setembro de 2022, ele pretende ressaltar apenas pontos gerais do estudo realizado bem como suas principais conclusões. Para informações mais específicas sugere-se a leitura do estudo na íntegra.
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