Título: VISUAL ELEMENTS OF SUBJECTIVE PREFERENCE MODULATE AMYGDALA ACTIVATION (Preferência subjetiva a elementos visuais e a ativação da amígdala)
Sugestão de referência: Bar, M., & Neta, M. (2007). Visual elements of subjective preference modulate amygdala activation. Neuropsychologia, 45(10), 2191-2200.
Disponível em: Download logo abaixo da resenha
RESENHA
O artigo de Bar e Neta publicado em 2007 se propõe a responder a seguinte pergunta: quais são as pistas visuais básicas que acabam determinando nossa preferência por objetos de uso diário?
Os autores já demonstraram em estudo anterior que uma das pistas mais relevantes é o contorno, a forma do objeto. De forma geral as pessoas preferem objetos com contornos curvos em detrimento de objetos com limites pontiagudos os que contem contornos angulares a afiados. Essa tendência à preferência por contornos curvos parece estar relacionada à nossa percepção implícita, ou seja, automática, de que formas pontiagudas são ameaçadoras, podem machucar.
Para testar essa hipótese os pesquisadores usaram técnicas de neuroimagem e demonstraram que a amígdala, uma estrutura cerebral que está envolvida no processamento do medo exibiu um nível de ativação significativamente maior quando o sujeito esteve observando objetos pontiagudos, como, por exemplo, a quina pontiaguda de um sofá. Essa ativação da amigdala foi significativamente maior para objetos pontiagudos do que para os mesmos objetos, porém com contornos curvilíneos.
Os resultados apresentados nesse estudo reforçam a indicação de que a preferência por um objeto pode ser determinada por propriedades visuais bastante básicas, independente do significado semântico. A pista é percebida como ameaçadora através desses elementos visuais que são rapidamente interpretados pelo cérebro. Dados comportamentais também foram obtidos e demonstraram que quando perguntado explicitamente aos sujeitos quais estímulos eram percebidos como ameaçadores e não ameaçadores, a maioria dos participantes respondeu que achava os objetos com elementos pontiagudos mais ameaçadores do que os mesmos objetos curvilíneos. Essa informação corrobora os dados de neuroimagem e fornece elementos importantes para melhor entender a questão do contorno de objetos e a percepção de ameaça
Por fim, os autores concluem que nosso cérebro parece estar organizado para extrair informações básica e de forma muita rápida dos elementos, derivando do processamento dessas pistas sinais de perigo em potencial.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em maio de 2021, os aspectos priorizados fazem parte de uma curadoria científica, porém as escolhas dos pontos ressaltados são inerentemente subjetivas, de forma que para a devida apreciação e compreensão se sugere a leitura do material original na íntegra.
- Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998 pertencem exclusivamente à NEUROARQ® Academy. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela internet e outros), sem prévia autorização por escrito.