Título: A case series on the use of lavendula oil capsules in patients suffering from major depressive disorder and symptoms of psychomotor agitation, insomnia and anxiety (Estudo de série de casos sobre uso de capsulas de óleo de Lavanda em pacientes que sofrem de depressão maior e sintomas de agitação psicomotora, insônia e ansiedade).
Sugestão de referência: Fißler, M., & Quante, A. (2014). A case series on the use of lavendula oil capsules in patients suffering from major depressive disorder and symptoms of psychomotor agitation, insomnia and anxiety. Complementary therapies in medicine, 22(1), 63-69.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0965229913001933?via%3Dihub
RESENHA
A depressão é uma doença psiquiátrica com um conjunto de sintomas bastante heterogêneo. Três sintomas se sobressaem, sobretudo nas primeiras semanas após o início do tratamento psiquiátrico: agitação psicomotora, ansiedade e distúrbios do sono. Os pacientes com depressão que reportam esses sintomas são, muitas vezes, tratados com benzodiazepínicos em função do efeito ansiolítico e sedativo dessa classe de medicamento. Todavia os benzodiazepínicos apresentam riscos como sedação exacerbada, sensação de se sentir “grogue”, o que também trás comprometimentos cognitivos e físicos. Tendo em vista os revezes dos benzodiazepínicos muitos pacientes tem procurado por tratamentos alternativos.
A planta Lavanda tem sido utilizada por suas propriedades medicinais há séculos, ela tem propriedades relaxantes, indutoras do sono e ansiolíticas. Testes clínicos tem demonstrado que pacientes com sintomas de ansiedade e insônia se beneficiam do óleo de lavanda na forma de aromaterapia e massagens. O silexan é um dos principais ativos existentes no óleo de lavanda e estudos experimentais apontaram que sua ação no sistema nervoso central é através da modulação de dois neurotransmissores: o ácido gama aminobutírico (GABA) e da serotonina.
O objetivo dos autores nesse artigo foi analisar 8 casos de utilização de uma versão alemã comercial do óleo de Lavanda, o Lasea®, em pacientes que sofriam de depressão maior e que reportaram sintomas de ansiedade, agitação psicomotora e distúrbios do sono. Tendo em vista os estudos prévios a hipótese dos autores é que o Lasea® melhore os sintomas acima citados em pacientes com depressão. Assim, entre setembro de 2011 e setembro de 2012 esses 8 pacientes com depressão foram tratados com o óleo de lavanda Lasea®, além da medicação antidepressiva. Após esse período os casos foram analisados de forma retrospectiva. As avaliações dos sintomas foram feitas ao longo do estudo através de uma escala, chamada Escala Hamilton 17 para depressão.
Dos 8 pacientes avaliados 6 tiveram seus sintomas reduzidos, para 2 pacientes não houve efeito positivo durante o tratamento com o óleo de lavanda Lasea®. Nenhum efeito colateral foi relatado entre os casos revisados. Dos 8 pacientes avaliados 3 interromperam o tratamento com Lasea® porque a agitação, ansiedade ou insônia já havia diminuído consideravelmente e nenhuma melhoria adicional poderia ser esperada ou era necessário. Além disso, 2 pacientes seguiram o tratamento com o Lasea® depois de terem encerrado seu tratamento na clínica psiquiátrica. Em outros 3 casos os pacientes optaram por interromper o tratamento com o óleo por não terem sentido mais efeitos subjetivos ou objetivos.
Por sim, os resultados indicam uma melhora global dos sintomas avaliados com a combinação de antidepressivo com o Lasea®, o que faz com que essa substância seja um importante adjuvante no tratamento de pacientes com depressão e que apresentam agitação psicomotora, ansiedade e insônia, sobretudo nas primeiras semanas quando ainda estão se adaptando a medicação antidepressiva.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em maio de 2021, os aspectos priorizados fazem parte de uma curadoria científica, porém as escolhas dos pontos ressaltados são inerentemente subjetivas, de forma que para a devida apreciação e compreensão se sugere a leitura do material original na íntegra.
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