Título: Stress Recovery during Exposure to Nature Sound and Environmental Noise (Recuperação do estresse frente à exposição ao som da natureza e ao ruído ambiental)
Sugestão de referência: Alvarsson, J. J., Wiens, S., & Nilsson, M. E. (2010). Stress recovery during exposure to nature sound and environmental noise. International journal of environmental research and public health, 7(3), 1036-1046.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2872309/
RESENHA
Evidências sugerem que após uma situação de estresse, visualizar um ambiente natural, como um parque, por exemplo, é mais benéfico para a recuperação do estresse do que a visualização de uma paisagem urbana. O ambiente natural parece ter um impacto importante no bem-estar humano, sendo um espaço com características “restaurativas”, diminuindo até a resposta de estresse das pessoas. Além disso, a observação desses espaços naturais é capaz de nos induzir a estados emocionais mais positivos, diminuir nossa atividade fisiológica, ou seja, nossa agitação e até melhorar nossa atenção.
Os autores desse estudo se interessaram, todavia, por saber, se os estímulos sonoros naturais, “sons da natureza”, digamos assim, teria impacto positivo similar à observação do espaço natural. Para responder a essa questão eles expuseram 40 pessoas a uma condição em que elas escutariam sons da natureza ou sons mais urbanos após terem passado por uma situação de estresse mental que foi induzida por um teste matemático. A forma de medir o nível de estresse dos participantes foi através no nível de condutância da pele e da frequência cardíaca. Essas medidas avaliam o funcionamento dos sistemas nervoso autônomo simpático e parassimpático, respectivamente, sendo esses dois sistemas os que regulam algumas das funções autonômicas do nosso corpo, ou seja, que acontecem sem que tenhamos controle e que são ativadas como reguladoras de respostas ao estresse.
Os resultados desse estudo mostraram que os sujeitos quando ouviram sons prazerosos naturais tiveram seus níveis de condutância da pele mais baixos do que quando estavam ouvindo ruídos urbanos, o que demonstra que o estimulo sonoro natural pode auxiliar na redução dessa medida de estresse. Em contrapartida os pesquisadores não viram diferença na frequência cardíaca, essa não diferiu quando os sujeitos ouviram sons naturais ou quando estavam ouvindo ruídos, o que sugere que o sistema nervoso autônomo parassimpático é menos responsivo ao som do que o sistema simpático.
Por fim, a conclusão geral do trabalho é que após um estresse psicológico a recuperação pode ser facilitada por sons naturais, através da ativação do sistema simpático, o que não ocorre da mesma maneira se a pessoa estiver exposta a um ruído urbano.
Palavras-chave: som natural, ruído urbano, biofilia, estresse.
Autora da resenha: JABOINSKI, Juliana. 2021.
- Graduada em Psicologia.
- Desenvolveu pesquisas em neurociência básica de 2007 a 2017.
- Mestra em Psicologia com ênfase em neurociências pela UFRGS.
Observações importantes:
- Esse texto foi apreciado em maio de 2021, os aspectos priorizados fazem parte de uma curadoria científica, porém as escolhas dos pontos ressaltados são inerentemente subjetivas, de forma que para a devida apreciação e compreensão se sugere a leitura do material original na íntegra.
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